domingo, abril 26, 2015

Princesinha da Torre

Durante muitos anos a princesinha da torre esperou o príncipe voltar. E após longos e exatos seis anos de olhar para o horizonte dia após dia, esperando a tão sonhada chegada dele, a princesa despertou do transe e entendeu que esperar era inútil. Que o que ela deveria fazer era tomar uma atitude sobre ele ou sobre ela própria...  E percebeu que faria sim algo para achá-lo. Então moveu céus e terra e conseguiu encontrá-lo, após meses de busca e percebeu que não havia morrido, que estava bem e saudável... Então veio o baque, perceber que não foi lá grandes coisas na vida dele e como uma roupa que não serve mais, foi abandonada. Naquele dia a princesinha morreu... Claro que apenas metaforicamente.
Em seu lugar nasceu uma rainha, tão majestosa e magnífica com sua coragem. E o que era antes uma simples torre solitária e triste, se tornou um castelo de esplendida alegria e a fim de proteger seus preciosos sorrisos construiu uma muralha.
E durante os anos seguintes muitos se encantaram com a exuberância , mas ninguém ultrapassou a muralha, mas ela não se entristeceu pois sabia que só aquele que realmente desejasse lutaria contra a muralha a todo custo.
E numa noite de inverno, quando tudo já estava envolto no breu da noite, a Rainha ouviu gritos revoltosos:
-Por que faz isso? Por que me cativa e me põe impotente perante ti?
-Não é impotência, é merecimento.
-Não lhe mereço, é isso que querer me mostrar?
-Eu a amo.
- Prove.

-Não. O que quero que veja é que ainda é o mesmo príncipe convencido e prepotente que me abandonou. E que se um dia desejar verdadeiramente vencer essa muralha, será porque mudou. E que está pronto para achar os tesouros que há de encontrar nos labirintos deste castelo.

A moral da historinha é que ainda há barulhos do outro lado da muralha e ainda há esperança de um final diferente. Nem tudo é solidão... É apenas a vida mostrando quem realmente batalha por você. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Adicionar ao iGoogle ou Google Reader