segunda-feira, março 19, 2012

Desconstruindo os ídolos

Enquanto assistia ao show do Nirvana no meu dvd, pensei: "O que me levou a colocar Kurt Cobain em um pedestal?!"
De uma coisa pude ter certeza não foi pela fama ou modismo, afinal eu comecei a gostar no começo dos anos 2000,ou seja, muito depois de sua morte e me recordo que o movimento rock era o New Metal com suas máscaras e seus dreads.
Faz bastante tempo de gosto de rock, que idealizo as velhas bandas tirando sarro desses novatos modismos, mas acredite nada é mais verdadeiro como era antes. O som é agora totalmente regido pela mídia e peneirado até se tornar 'aceitável'. Não se faz mais música por conta dos príncipios aos quais você segue, mas sim pelo dinheiro no qual pode ganhar quando vender seus príncipios.
Todos os 'seguidores' de música ou de boa música hoje pode dizer que amam seus idolos e que eles sabem de sua existência, mas no passado não era assim, não existia internet e computador para todos, não tinhamos chat para conversar ao vivo com nossos adorados idolos e muito menos um canal de perguntas e respostas. Sonhavámos em poder um dia participar de promoções de rádio ou serem sorteados naqueles shows de meia-boca que iamos (com o número do ingresso).
Sonhava em comprar a biografia de meu ídolo e sabia que esse dia demoraria a chegar, mas que quando chegasse eu ficaria ali, encantado com ele e que não ia me desapegar do que eu considerava um príncipio. Porém, não aconteceu desse jeito, agora que tenho meus vinte anos compreendo melhor as atitudes dos outros, e de certa forma isso não é uma perspectiva boa, porque compreendo as situações, dos sentimentos e as consequências das ações sem entrar na situação ou tomar para si, me tornei imparcial ao acontecimentos e isso mostra que comecei a sessão dos novos jovens, entrei para estatística de desconstruição de seus ídolos.
Embora ainda exista em mim uma moderada devoção por conta de inúmeros momentos em que passei ouvindo aquela banda que fez a minha rebeldia ser parte da minha personalidade, sinto que grande parte se foi, como um tratamento se simplificação de sentimentos e agora tudo o que me resta é o respeito de manter em seu devido lugar alguém que me inspirou a ser uma grande menina.
No fundo só podemos dizer que não há como dizimar a cacos o que nos torna inteiros, seria tolice, mas idealizar um deus sobre quem você sabe ser apenas mais um homem, também seria uma besteira. Logo, posso assentir que a descontrução nunca é total. Afinal para que jogar fora quem se fez tão importante?!
"A garotinha do papai não é mais um bebê"  
 Kurt Cobain

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