sexta-feira, novembro 25, 2011

O vôo de Caroline

De dentro de seu casulo, Caroline não conseguia ver o mundo e pensava ser mais uma lagarta prestes a se transformar, porém, a Mãe-Natureza lhe reservava muitas surpresas em meio a sua metamorfose.
A primeira mudança foi em seu interior, quando acordou em a manhã e ao abrir os olhos viu o mundo dominado por uma beleza sublime, uma beleza na qual nunca havia observado.
No segundo dia, a voz de sua mãe lhe dizia:
-Saia, vá ver o mundo. Olhar de perto todas essas belas flores.
Mas, Caroline, teimava consigo mesma em não sair, pois tinha medo de não saber voar e de ser comida por outros insetos. Então, a Mãe-Natureza lhe disse:
-Carol, olhe para si. Contemple sua beleza, assuma os riscos e tente. Deveria saber que as borboletas são o símbolo da liberdade, mas será que não há nada de errado com o seu pensamento? Pois como você pretende ser livre se tem medo do mundo?
-Não tenho medo, só acredito que não estou pronta, minhas asas não são tão fortes ainda.
-Minha cara, não invente desculpas, afinal eu saberia se caso não fosse sua hora, mas você é responsável por suas escolhas, se não se sente pronta não irei forçá-la a voar. Apenas espero que avalie seu medo e fique ciente de que está perdendo muitos espetáculos no teatro da vida.
No terceiro dia, Carol arriscou, saiu do casulo e abriu suas asas, ficou admirando o tom cintilante e suas pequenas pintas, foi assim que um humano a encontrou e passou a observá-la. Constrangida por causa daqueles olhares, a borboleta encolheu as asas e ameaçou retornar ao casulo.
-Não faça isso, não quis lhe assustar, estava apenas a admirar sua beleza.Queria eu pode ser tão pequeno e saber voar, para visitar todos os cantos desse mundo, beijar cada flor e viver livre.- disse o homem.
-Ele não deve ter noção de que nunca sai daqui. - disse ela.
-Por que não sai? Nada lhe impede.
-Pode me ouvir? 
-É claro. Não lhe ouço com os ouvidos humanos mas com o coração. Acredito que não há motivos para temer, você é bela, pequenina mas não deixa de ser notada, tens seu brilho. E não deveria se sentir mal por ser uma borboleta.
-Sou apenas mais uma.
-Não é não, você é única, nenhuma outra terá as mesmas pintas que você, pode ser parecida mas nunca igual. E você sempre fará a diferença se souber fazer bem suas escolhas, se empenhar sua dedicação em conhecer os outros e não só em ter medo.
Naquele instante, Carol abriu as asas como nunca, pois se sentia confiante, sentia dentro de si que fazia toda a diferença para o mundo e que não era só mais uma e com a ajuda do homem, ela deu seu primeiro vôo e dali em diante não parou, mas sempre voltava para conversar mais com ele. E descobriu que o que faz a vida ser bela não é só viver e sim compartilhar as experiências e ter alguém com quem se importar.

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