sábado, janeiro 23, 2010

A menina e o vulcão (Parte 2)

Assim, que a primeira gota tocou em sua boca, seus olhos se abriram de tal forma que parecia que iriam saltar mas, ela continuou bebendo aquele líquido com o qual corroía seus órgãos segundo após segundo. Não podendo suportar a dor que lhe consumia, a pequena menina desmaiou. O grandioso vulcão bufou ao ver a menina desacordada, expeliu lavas tão altas que parecia que iria entrar em erupção. Em poucos minutos o corpo da pequena garota se desfez tornando-se apenas cinzas. Desolado e se sentindo culpado pelo destino da sua companheira, o vulcão se desanimou e começou a empedrar.
- Ó Deus! O que fiz? Me diga! Se ela morreu pelas minhas ações desejo empedrar ao seu lado e nunca mais voltar a vida.
Assim, o grandioso vulcão adormecia para nunca mais acordar. Quando foi pego de surpresa por um vento tão forte que levou as cinzas de sua companheira para os céus, ele então enlouquecia com Deus com uma fúria de mil vulcões.
-Parem com isso! Será que sou tão culpado assim que não mereço nem morrer ao seu lado? Deus, como pode ser tão injusto comigo? Eu sei que errei mais não pode fazer isso comigo! Se um dia poder me punir o faça mas não a tire de mim, me deixe morrer ao seu lado.
Vendo que os ventos não cessavam, ele gritou raivosamente aos céus derramando suas lavas tão fortemente como uma avalanche de fogo.
- Deus, pode me ouvir?! Sei que pode, somente quero lhe dizer que eu o odeio com todas as lavas que há em mim!!!
De repente, os céus se abriram, descendo assim algo com um tom laranja e vermelho intenso. Assustado o vulcão perguntou:
- Quem és? - E com um tom irônico continuou - És um guardião dos céus que irá me punir por desacatar a Deus?
Com um grito estridente mas ao mesmo tempo familiar, lhe respondeu:
- Não, sou apenas o motivo de tanta ira.
Confuso demais para responder ele apenas calou-se.
-Por que és tão ingrato? Por que não soube esperar? Por que não esperou até que ouvisse um sinal? - Perguntou o pequeno ser.
- Ela morreu por minha causa, não posso conviver com essa culpa e fingir que nada aconteceu.
Descendo dos céus, o ser radiante mostrou-se ao Vulcão tristonho e desolado.
- Ainda sou eu. Não culpe a Deus por isso que me ocorreu, foi melhor para mim e assim posso dar sentindo a minha vida.
A pequena menina dos olhos verdejantes havia se tornado uma Fenix. Esperançoso e radiante o Vulcão voltou a vida.
- Estou tão feliz que tenha sobrevivido! Não imaginas a minha felicidade!
- Claro que imagino a tua felicidade és a minha! Só viverei enquanto tu viveras.
Assim, o Grandioso Vulcão permaneceu aceso durante séculos, não viveu mais solitário e nem a menina tristonha que agora havia se transformado em Fenix. A mesma nunca saiu de lado durante os séculos pelos quais o Grandioso Vulcão permaneceu aceso e, quando o Vulcão se apagou em se aninhou em seu núcleo e ali encerrou sua existência tornando cinzas novamente e nunca mais se regenerou.
" O companheirismo e o amor que foi criado tornou os dois seres em um só, dependência com a qual um não viveria sem o outro. Tornando a morte uma união e não uma separação. "

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